sexta-feira, 29 de junho de 2012

Encontro porto seguro, tanto conforto, nas portas entreabertas que o Brasil sabe contar...e em ti, cravo, rosa e canela.
Corróis-me com a tua ausência, já tão louco, falta-me esse som quente, o apaixonante da tua voz, toda tu, corróis-me com a tua presença, tanta beleza, um cruzar de olhar, obsoleto toque que me prende, e cabelos, e tu, amo-te.
O quanto te peço um perdão, eu sei, qual perdão quando apenas te tenho nestes versos. Perdoa-me por te amar em palavras tão fracas, estas sílabas gélidas, ditongos e eu imundo. Desespero por tão pouco que sou, e tanto te devo... Mereces tanto mais, perdoa-me.
Mas observo em volta, respiro, suspiro, espirro o pólen e as canções que te lembram, como adoro, como te adoro, e procuro nestes arbustos, nestes ninhos de cucos, nesta brisa e nas incertezas que a Primavera me traz, o palpitar do teu peito, a chave para a tua emoção, a partitura.
Talvez, talvez encontre uma resposta no vento, mas ninguém se lembrou de nós, nem esta corrente que me reprime um pouco.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Hey, hum...hon, I heard our song on the way home today, I remember us, I remember you, I still hear you when I write my name, but I miss your voice in every single letter I spell, how hard I desire your face, your touch again.
Hey, hum...hon, I miss you so badly.....
Sinto a necessidade de esticar a corda, de romper a conveniência, todos os números e alfabetos, de rasgar a rotina de críticas indiferentes, palavras cruzadas e passatempos de introspetivas magazines- é claro que suspiro e engulo todas as incertezas e entranhas do meu seco acordar. Leva-me, toca-me... Ou não, restrinjo todas as possibilidades, ou não, calo todas as gotas que questionam o meu estado matinal, ou não, evito pensar no assunto, ou não, quero-te acima de tudo, ou não, que assaltem as moscas e todos os insetos repugnantes a minha mente sedenta pelo fruto que és, ou não, assisto à minha componente de queda.
Caminhaste até mim e contigo trouxeste o cristalino da mera manhã de que tomaste o genuíno. O teu lábio de encarnada cerejeira contemplava o sinal que me desacreditava a postura e a demência. E eu sorria, e sorrio- quero provar o batom que quando o momento exigia da tua mala sobressaía- e é assim, a tua imagem desde sempre cuidava de um olhar, sim, discretamente consentido, mas foi necessária a irrepreensível entrada nos nublados de Janeiro para despertar a maior satisfação, e timidez, e insegurança, mas satisfação. "Olá, tudo bem? Que escreves?" O simples, o mais comum e o mísero, fizeste-te sublime.
Your lips asked for us, we were all music in that moment, dances by bright lignts, laughts and other thoughts by candle shadows, and closed windows. We all sought shelter in that kiss, those arms that embraced you, and I, bittersweet as spice touch of yours, my favourite dish while the Moon seeds the day.

domingo, 24 de junho de 2012

Lanças-me o teu perfume com a mesma indiferença, e talvez desprezo do que fazes em mim, todos os dias, perco-me em teus cabelos docemente, amores e cacho de uvas levemente.
Sendo eu rude, seco e carne crua, sendo eu podre, concedes-me o sonho pelo teu céu da razão, o teu mimo de constelação? De imediato não respondas, aprecia este momento em que por fim nos tocámos com o olhar. Não hesites no que vais dizer, garanto que faço do improviso minha arma para conquistar teu sorriso, amor.
Ri-me, quando a tua inocência me ignorava, quando, enfim, teu charme, musa, meu luar, me tomava pelo silvestre odor, ri-me, amor, minha febre, minha canção. Quantos versos, quantos sonetos, quantos rios e jangadas faço meus para te ter? Amor, ri-me.
Todas as sinfonias em teus lábios retiniram, todas as caravelas quinhentistas ofuscaste e marés do Vasco fizeste tão tuas. O meu adamastor domaste apenas com a certeza do odor de teu véu- cântico de sereia e pôr-do-sol à praia alentejana. A inocência pousou quando plantaste a minha semente de tília, seja cidreira o que levaste do pimentão do meu jardim: ainda lembro o retrato em areia branca da nossa música.
A palavra, o poder de te dar a pele de musa, ou escamas de medusa. O beijo, o teu beijo, a força que faz ruir a mais imponente montanha com a maior leveza e delicadeza do desejo de teus lábios. Com a palavra posso criar a mais cruel ilusão acerca do teu raio-de-sol, mas todo o meu corpo, fraco, rege-se por todas as emoções e canções do teu beijo. Tu, minha crença, minha fé adorada, concede-me a dança da tua companhia.
Como podes tu, alheia ao meu sufoco, meu olhar entardecido e exausto, ser o meu carinho materno, minha mão estendida, meu reluzente beijo de uma chávena de café? Em mim, criaste um espaço em êxtase na alma, um sorriso infinito em nossos olhares cruzados. Amor, já te disse que te amo? Amor, tens em ti todo o orvalho do fiel Inverno, abranges todos os campos de trigo, guardas em ti toda a beleza de uma dança à luz das velas. Todo o calor, toda a paixão do mundo, está tudo em teus doces passos, em tua silhueta cuidada, em teus delicados cabelos de negra perfeição, negros, mas a luz do meu prazer. Em tuas mãos, cuidadosamente esculpidas, o teu toque, o teu riso...deixas tombar as minhas serras, trocas os sentidos dos meus ventos, atrapalhas o curso do rio que em mim resguardo. Tudo, bem levemente, pousa a teus pés, eu vagabundo, como uma pena do cinema guiada por teu charme, detentor da frescura de um odor mediterrânico. Amor, já te disse que te amo?
O quão incontáveis são as ratazanas, os trovadores pelo amor jamais correspondido: que seja eu mais uma destas.
Contextos, areia branca, falésias do teu encanto, as represas e os estábulos de mim, de ti, brisa do teu calor que me colhe, maduro fruto, doce aroma, todo o centeio e orquídeas bailando: o teu primavril ser. Tal anseio, perdição estendida, o pedestal dessa pele negra, a tua espuma branca e gaivotas à beira-mar... Ai, sim amo-te, espero pelo teu luar, pela tua chuva de canela assente, a tua luz agridoce e o ciano de tua voz: como te desespero...
"O que é a aparência, quando o mais modesto olhar contém todos os sorrisos do mundo?"
What a shame. People die when they shouldn't. My deep thoughts flow when they absolutely couldn't. And I stand, in cold water, in sick tears. What a same.
Curvo-me pela crença do meu ser pouco poeta: impotente eu, que o engenho louvado da escrita repele, impotente eu, que não te tenho na minha métrica, impotente eu, refém de manhãs escuras e madrugadas geladas, impotente eu, de mãos suadas, saliva e mágoa, tal mágoa. Idolatro quem me leva todos os ventos e demónios, o fôlego, o suspiro, a percepção do que me rodeia e acolhe...quem me turva a visão, quem me exorciza as miragens: sim, foste sempre tu.
Looks like we have a sense of purpose. Such a grey feeling inside. Is it our time? Do I have Love standing by me?
Rasga pelo peito a saudade de ti, esse teu jeito, senhora.
Li o teu nome no reflexo que uma poça de água ostentava, chuva da tarde que me escuta, tantos queixumes, tantas lamúrias, tais lágrimas dissolventes nas gotas que o meu rosto lavavam. Tudo por quem és, musa e sereia, tantos seres e mitologias, meu amor.
Tão nosso, receamos pela tarde que era nossa, tão tu, leve, o cinzeiro já namorava os cigarros que sem mais demora pousámos, o Sol, e as pensativas nuvens davam lugar às estrelas da tarde e às galáxias mais distantes que nos espreitavam. Gentis elas, pentearam-te e prepararam-te para a noite cada vez mais vizinha, e era nossa a noite, nós éramos finalmente nossos, todas as equações e perfume, marés e a dita praia Lusitana, os anciãos poetas, trovadores e Leonard Cohen. Tudo fomos nós, soaram os tambores e as badaladas, tiveste a delicadeza de me tocar a harmónica que em tua bolsa envergonhada guardaste para mim, a tua harmónica, que foi nossa nessa hora, melhor concerto, sim, que nada o pudesse superar, de facto, fomos nós, amores, abraços, danças. Fomos finalmente nós, amor.
Uma pena, sim, uma pena, sim, apenas um eufemismo do meu aperto, é cristalina a água de teu peito? Um aperto. Podíamos juntos ter procurado o Sol poente, juntos, podíamos ter percorrido todos os teus bairros e casas de Fado que a noite chora e a tua calçada namora, todas as estrelas da tarde podíamos ter fascinado, mas não, tudo para ti foi pouco, estavas muito longe para me ouvir, tal a parede que me obstruía, muito cega para importar. Que o teu mar te ame o que eu nunca pude, "insuficiente", rótulo de minha ridícula figura. Estou ferido, e contra todas as conveniências de ti amada sangrando. Chove, chove imenso... e é uma pena.
Faço questão de jogar a tua roleta, de vestir a tua pele frágil de vaidade revestida. Céu azul sobre a alentejana costa. Brisa doce por entre as folhagens do de Leiria. Odor limpo e sumarento de teu perfil levemente cuidado. Mereces o suor apaixonado. Faço questão de saborear teu mel, luz sobre o rio que te amena, pôr-do-sol, peito do teu olhar. Entretanto, enfim, roleta.
Sim, encontrei o êxtase, e todas as Atlântidas perdidas no requinte de teus lábios maduro morango, as especiarias achadas das Índias, açafrão teu rosto, amores pimenta e pitadas de salsa. 
Odisseia do teu ciano azul, minha perfeição, o teu carmim que me cuida, e o meu, que te adora.
Interrompi o andar e os sonetos que me soavam, o meu queixo estranhou e revirou o olhar direção ao celeste, contemplava tais constelações e orações em ordem a ti. Sim, conheço-te pelo som dos meus passos, a calada e a madrugada de todo tiraram a frescura à memória que sempre que te recordava. Acho que te amo, amores salgados e teu toque avelã, violeta.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Adoro passar as mãos pelo teu veludo, ouvir o teu vento.
Sinto a necessidade de esticar a corda, de romper a conveniência, todos os números e alfabetos, de rasgar a rotina de críticas indiferentes, palavras cruzadas e passatempos de introspetivas magazines- é claro que suspiro e engulo todas as incertezas e entranhas do meu seco acordar. Leva-me, toca-me... Ou não, restrinjo todas as possibilidades, ou não, calo todas as gotas que questionam o meu estado matinal, ou não, evito pensar no assunto, ou não, quero-te acima de tudo, ou não, que assaltem as moscas e todos os insetos repugnantes a minha mente sedenta pelo fruto que és, ou não, assisto à minha componente de queda.
Ferido, esganado, sufocado, a suar, com cãimbras, escorre-me pedinte por mesericórdia, a lágrima, o grito, dos músculos sofridos pela promíscua pouca sorte. Recuso-me a aceitar que, enfim, ridículo, imundo, sou a podridão antítese da pureza de um anjo.
A água, o momento ocorrido em muitos, mas em muitos ignorado, a crítica infiel, o palhaço do circo da nossa infância. O cravo por muitos adorado, a inocência mais conveniente, a humildade mais modesta, a oportunidade ausentada e os oportunistas da razão, a chaminé de todas as almas, a dança. A emoção já calada, a palavra então assustada, um café mais amargo, muitas ondas e marés de orgulho à indiferença, e o orgulho por indiferença decapitado. Linhas paralelas, direções opostas, rumos intocáveis, o segundo demorado, a identidade desfeita. O contraditório e a redundância absoluta, a lógica decadente; miragem, cai a última folha de Outono, já nem te vejo: estou cego, estou cego...
Não me perguntes porquê, porque todas as fantasias e magias se vão, porque o odor e o raio de Sol se sume, porque todas as nossas cantigas se tornam inacabadas, inacabadas, encontros e desncontros do teu olhar, minha figura de profunda paixão.
Eu poeta, contra todas as certezas do tempo e de ti, prisioneiro do teu chá de cidreira e encantos do Sol nascente. Não, de todo sou poeta, de todo desvio rios com a tirania dos meus versos e o curso de todos os ventos. Fico-me apenas por tentar teu sorriso.
Desce, na calada do teu poema, no trópico da tua rima, matriz do nosso romance, calafrio do teu verso. Desce amor, que o desejo cresce, que o consentido já é imenso, que o dia já é nosso, que o teu cachecol já me aperta, e a chuva já me aquece. Desce amor, desce, cá em baixo te espero.
A destreza que poucos têm, o poeta que todos anseiam, mas a palavra é forçada, não rompe nem rasga no comum que nos rodeia, não, em vez disso dispersa, é soluçada pelos que assim a tentam, não gela nem queima, roça a indiferença por muitos.
Não sei, o dia quando me trancaram sobre vácuo.