domingo, 24 de junho de 2012

Como podes tu, alheia ao meu sufoco, meu olhar entardecido e exausto, ser o meu carinho materno, minha mão estendida, meu reluzente beijo de uma chávena de café? Em mim, criaste um espaço em êxtase na alma, um sorriso infinito em nossos olhares cruzados. Amor, já te disse que te amo? Amor, tens em ti todo o orvalho do fiel Inverno, abranges todos os campos de trigo, guardas em ti toda a beleza de uma dança à luz das velas. Todo o calor, toda a paixão do mundo, está tudo em teus doces passos, em tua silhueta cuidada, em teus delicados cabelos de negra perfeição, negros, mas a luz do meu prazer. Em tuas mãos, cuidadosamente esculpidas, o teu toque, o teu riso...deixas tombar as minhas serras, trocas os sentidos dos meus ventos, atrapalhas o curso do rio que em mim resguardo. Tudo, bem levemente, pousa a teus pés, eu vagabundo, como uma pena do cinema guiada por teu charme, detentor da frescura de um odor mediterrânico. Amor, já te disse que te amo?

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