terça-feira, 5 de maio de 2015

Gosto de cimentar que és a pele que escrevo, que me vou mutilando nas marés de tua distância, e suando pelas arribas- és epidémica, o dogma irrefutável quando o meu olhar te cai, e tu desentendida. Não sei que hierarquia divina me pintou tal sentença, mas cuspo na face de quem o saberá! Nunca foi suposto que as serras desabassem todas juntas sobre minhas pálpebras oxidadas e rarefeitas: a minha ânsia foi edificada na vertigem de teus cabelos e contorno...ter a tua mão em noivado era ótimo.
Pousa o trapo na bandeja,
ornada em silvas recriando espaços vácuos-
- recriando bancos e cadeiras de anciãos geriátricos
que já na crença escreviam que no silêncio suspendiam...
(Suspendiam em devoção ao impasse
                                  que era de luz ou da falta de vitamina elementar.)


...ao que parece no lado germinavam orquídeas
e o tempo era feito de barro..............................e por alguns de um nitrato inflamável e unguentos.
Regendo-me na perpetuidade de nosso beijo, padeço, peça carnal por peça. Somente me segurando o corpo a imagem vitalícia de ti, de abdómen dilatado e gracioso, na investida audaz, e em redor da panelas e sorrindo, de desenvolver as perícias culinárias que convencionalmente deve transcender por qualquer mãe... Aí o mundo estaria de bem com as sinuosas sincronias de mim, pois seria pai destes versos, e da criança que carregavas...
              Na minha vida sentido, sou refém de teus gestos e algemas- indolores, sempre indolores- apenas mãos tuas, anfitriãs do beijo que tarda....