segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Compus me de erros, sentenciei-me num compasso fugaz e agora materializo as companhias nestas sílabas. Fui inerte em cada abordagem e agora peco por ser inapto na exposição verbal dos sentimentos mais viscerais! Insaciáveis! E a determinação de todos eles assumirem uma matriz de, na visão mais respeitável, imperdoável....consome-me morosamente. Em porções carnais minhas que desgastam numa velocidade de decomposição desértica. E todos eles passam a mirar-me assim, todos eles passam a dirigir-me à ameaça de seus palpitantes nervos... E a distinguir-me como a esterilidade social e estética.... E a sucumbir-me nas limitações de um quarto físico que me asfixia as ambições emocionais....e outro subconsciente que é intolerante à minha imagem. Mas eu amo-te...
Debaixo de um rótulo de neurótico me contraio e sobrevivo, na amplitude inóspita de um comportamento humano, eu é que sou o genocídio e a esquizofrenia, eu é que sou o colapso e a crónica insanidade nos outros que me vão desaprovando....em cada golpe de desprezo. Sucessivas corrosões gestuais que me faqueiam...sem resposta....pois eu é que sou o sociopata, o alienígena da vida e dos costumes. Eclipsar? Pelos olhos, pelas mãos, pela pele....na instância pactuante na desgraça, na solidão em que o analgésico da lágrima seca evolui para a forca, a única que sabes que jamais te largará...e será protagonista quando um abraço apertado te faltar. Como é que, no subtexto que tento suprimir destas balbuciações de um despojo, eu mesmo assim nunca cesse de designar o amor?