sexta-feira, 7 de março de 2014

É meu dever escrever-te sem névoa,
é meu dever lançar as Luas ao mar,
equipar um coração para a alvorada
e desenhar um corpo no desembarque.

Porque recortar a luz é egoísta,
e o amor só pode ser descrito sobre vernáculos sem bruma-
ninguém espera que as águas obedeçam à serra
nem que as serras desabem todas juntas.

Como é indolor a paixão pelo deserto,
como me sinto capaz de resvalar em toda a parte...
Suspendo o meu golpe sobre as salinas
e retiro antes da algibeira uma nudez melodia.
O meu lado direito aspira a grandezas volúveis, sempre foi inconsequente nessa matéria; o esquerdo canta corvos e morre nas paredes. Independentemente disso, penso que nenhum deles merecerá a consequência, em seu sentido lato- exato!- ninguém merece ser retaliado por ser vivo e doente. Nós mutilamo-nos de boa vontade, tendemos a isso, benignamente perpetuamos a aflição- nós fazemos isso!- foliamos, quase viralmente, em estigmas de aspereza e fome, quando inegavelmente a pureza foi deixada a nosso dispor, tendemos a isso.