quarta-feira, 4 de julho de 2012
Conheci um homem, o homem que mais olhares de repugno e nojo levou de quem se aventurava a mirá-lo, tiveram a decência de rotulá-lo como vagabundo, o degredo e a podridão no Homem, o desleixe da Criação e tantos insultos bíblicos. Apesar de tudo, e como o mais pequeno homem é sonho, e pequeno só mesmo o sonho do homem tacanho, ele não se fazia a exceção: de noite tardia, partilhava e mexericava com as pedras da calçada, e com musgo que algumas já se faziam acompanhar, a sua crua vontade que lhe despertava de fumar a tocha olímpica, talvez noutra altura, enfim, a noite castiga aqueles que mais vulneráveis deixou o dia. Seja eu o homem que descrevo, que mais ninguém se lembrou de tal, nem o tempo se dignou de procurá-lo, mesmo a sombra lhe ofereceu desprezo; seja eu o homem que descrevo, escrevo, tão imensamente sóbrio da tua saudade, não te peço que me dês a mão, de todo espero que me aceites, fico-me por esperar que leias quem sou.
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